Grupo Opinião (1964). A origem desse grupo carioca, que centralizou a mobilização contra o regime militar em sua fase inicial, está no espetáculo Opinião, apresentado em dezembro de 1964, e considerado a primeira resposta da cultura de esquerda ao golpe militar. Com intuito de criar um foco de resistência, artistas ligados ao Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE produziram um show dirigido por Augusto Boal, reunindo Zé Kéti, João do Valle e Nara Leão (depois substituída por Maria Bethânia).
No ano seguinte, o grupo apresentou Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, tendo no elenco Paulo Autran, Tereza Raquel e Oduvaldo Vianna Filho.
João das Neves, Ferreira Gullar, Teresa Aragão, Paulo Pontes, Pichin Plá e outros artistas se juntaram ao grupo, estruturado como empresa em 1966. Depois de algumas peças emblemáticas, o Opinião começou a se desarticular em 1967, mas sobreviveu até 1983. O grupo centralizou a insatisfação e a mobilização da classe artística contra a censura e a ditadura, lutando também, sob a influência de Bertolt Brecht, para implantar uma nova consciência cênica no Brasil.