José Celso Martinez Corrêa (Araraquara, 1937). Foi um dos fundadores do Teatro Oficina, formado inicialmente por estudantes de Direito do Largo São Francisco. Foi ali, no grupo criado junto ao Centro Acadêmico XI de Agosto, que seus primeiros textos foram encenados: Vento Forte para Papagaio Subir (1958) e A Incubadeira (1959). Zé Celso se profissionalizou junto com o Oficina, no início da década de 1960, quando a sede do grupo se transferiu para o teatro da Rua Jaceguai. Ali, em 1963, ele dirigiu Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, que teve um sucesso estrondoso e rendeu diversos prêmios .
O Oficina investiga a relação palco-plateia, procurando subverter as convenções vigentes. Primeiramente, a intenção é romper com a passividade do público para, num segundo momento, provocá-lo, de maneira até agressiva, de modo que a plateia acabe desenvolvendo uma posição atuante na criação da cena.
Depois de sofrer um incêndio, o teatro da Rua Jaceguai foi reformado à italiana. A primeira montagem dessa nova fase foi O Rei da Vela, em 1967, com base num texto escrito por Oswald de Andrade na década de 1930. Com ela, o grupo elaborou uma revisão da postura estética das esquerdas, propondo uma montagem paródica e violenta, retomando gêneros nacionais como a revista musical, a comédia de costumes e os musicais a Atlântida. Concretizou, assim, um teatro antropofágico, um dos pilares do movimento tropicalista.
Depois de montagens como Roda Viva e Galileu Galilei, Zé Celso se dedicou ao filme O Rei da Vela e enfrentou um período de crise, sofrendo com a repressão. Em 1974, chegou a ser preso e se exilou em Portugal, onde realizou o filme O Parto, por ocasião da Revolução dos Cravos. No ano seguinte, foi a Moçambique, onde filmou a independência do país. Zé Celso voltou para São Paulo em 1978 e retomou o trabalho à frente do Oficina, agora transformado em UzynaUzona.