Na trama, o jovem deputado de um partido radical de esquerda, Miguel Horta (Paulo César Peréio), alia-se a um partido governista, na esperança de que a conciliação possa enfim garantir as condições necessárias para alguma transformação social. Na análisa de Daniel Caetano, em seu artigo “A bravura trágica” para a revista Filme e Cultura (2011), “massacrado pela negociação conciliatória e conservadora, e desprezado pelo populismo messiânico e arrogante, Horta abandona a esperança melancólica que o fazia agir como um ‘pragmático’. (…) volta ao sindicato e, através de um discurso em que reconhece a falência do seu projeto de negociação, insufla os trabalhadores a partirem para o confronto através de uma greve geral. ‘Só a luta salva. Só a coragem, e até mesmo a coragem de morrer, faz de um homem homem’, diz ele, usando as palavras como armas à beira do suicídio”. Vencedor de diversos prêmios, como o Especial do Júri no Festival de Brasília, melhor diretor e melhor ator (Paulo César Peréio) segundo o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, e o Prêmio Coruja de Ouro de melhor fotografia (Afonso Beato).