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Símbolo do mundo bipolarizado, o muro de Berlim
Símbolo do mundo bipolarizado, o muro de Berlim foi resultado da divisão da capital entre os países vencedores da segunda guerra mundial

Guerra fria

Quando a Segunda Guerra (1939-1945) chegou ao fim, emergiram duas grandes potências militares e econômicas, Estados Unidos e União Soviética, que aproveitaram o vácuo deixado pelos países europeus, devastados pelo conflito no continente. De um lado, o país da América do Norte representava os valores do capitalismo e do livre mercado. De outro, a nação comunista buscava consolidar o modelo socialista, com tutela do Estado. Ambos procuravam aumentar seu poder militar e estabelecer zonas de influência na Europa, Ásia, África e América Latina.

A aliança entre esses dois países não durou muito. Terminada a guerra, derrotados os países fascistas, os embates entre capitalistas e comunistas começaram a surgir. Assim, deu-se o período que ficou conhecido como “Guerra Fria”, por nunca ter havido um conflito direto entre as duas superpotências. Mas, em muitos lugares do mundo a luta entre capitalismo e comunismo foi evidente.

A partir de 1947, os Estados Unidos adotaram a Doutrina Truman, que recebeu o nome do então presidente estadunidense Harry Truman. Segundo ela, era importante frear a expansão comunista, sobretudo na Europa. Partindo dessa ideia, os EUA resolveram ajudar os países europeus ocidentais a se reconstruir, através do Plano Marshall, que injetou bilhões de dólares no velho continente. O mundo, que mal começava a se recuperar dos horrores da Segunda Guerra, entrava numa nova fase de tensão.

A Guerra Fria foi, ao mesmo tempo, um conflito ideológico, econômico, científico, cultural e militar. Mesmo sem embates diretos entre as duas superpotências, muitas das guerras civis por independência, sobretudo na Ásia e na África, acabaram se tornando verdadeiras batalhas da Guerra Fria. Cada bloco tentava aumentar, ou pelo menos consolidar, suas áreas de influência. Buscava ter mais armas, mais prestígio entre artistas e intelectuais, mais poder econômico.

Nos anos 1950, as superpotências iniciaram uma corrida armamentista, com ênfase no desenvolvimento de armas nucleares, e na Corrida espacial, para ver quem chegava primeiro na Lua. A propaganda era uma arma muito utilizada pelos respectivos governos, e cada bloco tentava desqualificar o outro. Para os comunistas, o capitalismo era sinônimo de exploração do homem pelo homem e de miséria. Para os capitalistas e seus apoiadores, o comunismo era sinônimo de opressão do indivíduo pelo Estado.

No ocidente, o anticomunismo tornou-se agressivo. Todas as formas de luta contra os comunistas eram consideradas válidas, pois eles eram encarados como uma ameaça à propriedade, à família e à religião cristã. Os setores mais conservadores consideravam que não apenas os comunistas colocavam em risco a ordem social e a moral vigente, mas todos os grupos e indivíduos simpáticos ao socialismo e à luta por justiça social.

Nas décadas de 1940 e 1950, o modelo soviético era considerado uma saída legítima por muitos que acreditavam no socialismo como uma via de superação do subdesenvolvimento, da dependência econômica em relação às potências capitalistas, e da miséria social. A União Soviética parecia ser uma potência econômica, científica e militar insuperável e indestrutível, apesar da falta de liberdade de expressão e de organização dos seus cidadãos, denunciada por muitos de seus críticos.

Corrida espacial

Para desespero dos norte-americanos, em 1961, os russos colocaram um homem no espaço. Era Iuri Gagarin, que, quando olhou a terra lá de cima, esqueceu que era um soldado e libertou sua alma de poeta. “A terra é azul”, foi a primeira frase que o novo herói soviético disse, palavras que se eternizaram por sua simplicidade, contrastando com um momento tão glorioso.

Antes dele, o mundo já cultuava outra heroína soviética, a cadelinha Laika, o primeiro ser vivo a orbitar o planeta terrestre numa espaçonave. Laika morreu na missão, mas Gagarin se tornou um herói mundial, para além de todas as diferenças ideológicas.

A partir de John F. Kennedy os EUA entraram pra valer na corrida espacial, gastando bilhões de dólares, para conseguir um feito inédito em 1969: colocar um homem na Lua e fincar a bandeira estadunidense em seu solo arenoso.

Além dos ganhos em pesquisas científicas na área de astrofísica, balística, mecânica e biologia, a corrida espacial também representava propaganda dos dois sistemas, que competiam para ganhar corações e mentes do mundo. E, atrás dessas glórias e conquistas, havia muito dinheiro e dezenas de mortos em acidentes de trabalho, como explosões de foguetes e quedas malsucedidas.

Com a crise do capitalismo e do socialismo nos anos 1970, e a acomodação da Guerra Fria, a corrida espacial deixou de ser prioritária. Os jovens e crianças de hoje já não sonham mais em ser astronautas ou cosmonautas, verdadeiras celebridades da Guerra Fria.

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