David dos Santos Araújo foi delegado do DOI-Codi. No órgão, braço repressivo do Estado durante o período da ditadura, atuava sob o nome falso de Capitão Lisboa e era subordinado ao então major Carlos Alberto Brilhante Ustra. Também foi delegado da Polícia Civil de São Paulo até se aposentar. Em 1981, recebeu do Exército a Medalha do Pacificador.
É acusado de assassinar, em 1971, o militante Joaquim Alencar de Seixas e torturar o filho dele com apenas 16 anos, Ivan Seixas, além três familiares e mais uma pessoa. Em 2010, foi processado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelas violações que cometeu durante o período em que trabalhou no DOI-Codi. Segundo o MPF, as vítimas se lembram ainda hoje de como era a face do Capitão Lisboa.
Em 2012, a sede da Dacala em São Paulo, empresa de segurança privada de propriedade de David dos Santos, foi alvo de um “escracho”, organizado pelo Levante Popular da Juventude. Os manifestantes expressavam repúdio aos crimes praticados pelo Capitão Lisboa durante a ditadura e às fraudes cometidas por sua companhia.