Joana Lopes, pesquisadora da área de dança, arte-educadora e jornalista, foi uma das criadoras do jornal Brasil Mulher, em 1975, em Londrina (PR). No início da década de 1970, deu aulas na Universidade Estadual de Londrina, de onde foi demitida após desenvolver um projeto de teatro que desagradou às autoridades da universidade, local em que naquele momento funcionava a Assessoria Especial de Segurança Interna.
Em sessão da Comissão Estadual da Verdade “Rubens Paiva”, Amélia Teles, a Amelinha, afirmou que as colaboradoras do jornal Brasil Mulher buscavam romper as barreiras do jornal editado por homens e dirigido a eles. “Nunca fizemos esse jornal pensando nas mulheres apenas, mas em todos. O objetivo sempre foi o tratamento igualitário entre homens e mulheres”, afirmou.
O jornal feminista tratava de assuntos considerados tabu na época, como reforma agrária, sexualidade, prostituição, divórcio, anistia, aborto, direitos da mulher, casos de violência e estupro contra presas políticas, entre outros.