Teatro de Arena (1953). O Teatro de Arena ganhou força ao se fundir com o Teatro Paulista dos Estudantes e ao contratar Augusto Boal para dar aulas sobre Stanislavski. Se nos primeiros anos as encenações se baseavam em textos de autores estrangeiros, a partir de 1958 começam a ser montadas peças escritas por integrantes do grupo. Influenciado pelo teatro político de Bertolt Brecht, segundo o qual o texto deveria ser um processo aberto capaz de servir à ideia do autor do espetáculo, o Arena dessacralizou a escrita dramática. No início da década de 1960, José Renato, que tinha dirigido as primeiras produções, deixou o Arena para dirigir o Teatro Nacional de Comédia. Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, à frente do grupo no momento do golpe militar, precisaram elaborar uma estratégia para enfrentar a censura, já que as peças realistas que o grupo costumava montar haviam sido proibidas.
A peça Arena Contra Zumbi, de 1965, marca o início dessa nova fase: trata-se da história de escravos revolucionários, que lutavam por justiça e liberdade. Inaugurava-se ali o Sistema Coringa, em que os atores se revezam entre vários papeis. No início da década de 1970, Augusto Boal monta o Teatro Jornal – 1a Edição, em que o elenco lia jornais diários, improvisava notícias e refletia sobre os problemas apresentados, oferecendo-se para ensinar o público, num processo ligado ao Teatro do Oprimido. Em 1971, Boal é detido e parte para o exílio. Gianfrancesco Guarnieri já havia se desligado do grupo, que acabou em 1972.