De acordo com o Relatório Arroyo, entre os dias 14 a 19/1/1974, alguns guerrilheiros procuravam seus companheiros depois do episódio conhecido como o “Chafurdo de Natal”, e Luiz René (Duda) estava entre eles. Na ocasião, no dia 19 de Janeiro, Ângelo Arroyo (J.) procurava se aproximar desse local junto com a Comissão Militar, indo junto com Zezim, mas deixando Edinho e Duda juntos para procurar Piauí, marcando um encontro para o mês de março em um local próximo dali. Após isso não há mais referencias sobre o grupo e sobre Duda. Segundo o Relatório do Ministério da Marinha, de 1993, Luiz René foi morto em março de 1974, em um combate em Xambioá. iv Segundo a listagem do Serviço Nacional de Informações, conta que foi morto em 14/3/1974. v No Relatório da Caravana dos Familiares dos Mortos e Desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, de Paulo César Fonteles de Lima, de 15/1/1981, a partir do depoimento de José da Luz Filho, afirma-se que Duda provavelmente se entregou em São Geraldo e que o Exército o manteve vivo por um tempo. vi Em depoimento do trabalhador rural Pedro Moraes da Silva, em 4/7/2001, para o Ministério Público Federal (MPF), ele afirma ter visto Duda, ao passar em frente da casa de Vanu (morador da região que serviu como guia aos militares) amarrado e seguido por mais ou menos 20 soldados fardados do Exército. Afirmou que seus pulsos estavam sem pele por causa das cordas que o amarravam. Posteriormente, que reconheceu a ossada de Duda por conta de uma camisa esticada em cima de uma árvore e pelos ossos da perna que eram compridos e, ainda, ao pegar o crânio da vítima viu um buraco de bala na testa. No mesmo termo de depoimento, afirma-se que o corpo de Luiz René teria sido jogado num castanhal na região do Gameleira, onde hoje se localiza a fazenda Brasil-Espanha. No depoimento do lavrador Agenor Moraes Silva, de 7/7/2001, o declarante afirmou que viu Duda e Rosinha vivos e presos pelo Exército e que este, após ser pego na região do Chega com Jeito, no final de 1973, foi visto algemado, em uma sala na base da Bacaba. Depois disso, o guerrilheiro foi levado para a mata onde teria um encontro com Cristina. O depoente afirma, também, que os militares obtiveram, “judiando” de Duda, a informação de que este e Cristina se encontravam a cada 15 dias, junto com outros guerrilheiros. O MPF também colheu depoimento de Raimundo Nonato dos Santos, vulgo Peixinho, em 14/7/2001. Na ocasião, ele afirmou que: uma vez encontraram os guerrilheiros Edinho e Duda; houve confronto e Edinho levou três tiros do capitão Salsa, também conhecido como Aníbal, e do soldado Ataíde. Não houve confronto, pois Edinho e Duda não atiraram nos soldados. […] depois da prisão nunca mais viu Duda ou Edinho, que apesar de baleado estava vivo e foi posto numa padiola e levado num helicóptero. O confronto foi na cabeceira da Borracheira, na direção da [grota] Fortaleza. O Duda estava desarmado, mas o Edinho carregava uma espingarda feita pelos próprios guerrilheiros, que tinha o apelido de Zezina. vii O MPF lembra ainda, no relatório parcial da investigação sobre a Guerrilha do Araguaia, que “Manuel Leal Lima (ex-guia conhecido como Vanu), relatou que ao final da guerrilha Duda foi morto na Bacaba, assim como Piauí e Pedro Carretel. Vanu disse ter acompanhado a equipe que os executou.” Em artigo publicado no jornal O Globo, de 2/5/1996, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. Colheu depoimentos que apontam para a execução de Luiz René junto com Antônio de Pádua e Maria Célia Corrêa. Segundo a reportagem, os presos, com olhos vendados, desceram de um helicóptero, que voara da base da Bacaba, e foram fuzilados quando cumpriam a ordem de caminhar cinco passos em direção a um igarapé do rio Gameleira.
Luis René Silveira e Silva é considerado desaparecido político por não terem sido entregues os restos mortais aos seus familiares, o que não permitiu o seu sepultamento até os dias de hoje. Conforme o exposto na Sentença da Corte Interamericana no caso Gomes Lund e outros, “o ato de desaparecimento e sua execução se iniciam com a privação da liberdade da pessoa e a subsequente falta de informação sobre seu destino, e permanece enquanto não se conheça o paradeiro da pessoa desaparecida e se determine com certeza sua identidade”, sendo que o Estado “tem o dever de investigar e, eventualmente, punir os responsáveis”. Recomenda-se a retificação da certidão de óbito de Luiz René Silveira e Silva, assim como a continuidade das investigações sobre as circunstâncias do caso, para a localização de seus restos mortais e identificação e responsabilização dos demais agentes envolvidos.