Dramaturgo, jornalista e ficcionista, Antonio Callado encarnou a persona do intelectual engajado ao longo de sua vida. No ano seguinte ao golpe, foi um dos “oito do Glória”, isto é, um dos intelectuais presos por causa de um protesto contra a ditadura recém-instalada no Brasil, durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA). Enquanto escrevia o clássico “Quarup”, envolveu-se na rede de apoio à guerrilha do Caparaó, de inspiração brizolista.
Sua obra central como ficcionista passa por “Quarup” (1967), “Bar Don Juan” (1971), “Reflexos do Baile” (1977) e “Sempreviva” (1980). Em “Quarup”, Callado narra o apogeu e a crise do reformismo nacionalista na figura do Padre Nando, um intelectual que adere à luta armada, guiado pelo camponês, símbolo do “povo” tão cantado e decantado pela cultura brasileira de esquerda.
Bibliografia:
LUCENA, Suênio Campos de. 21 escritores brasileiros: uma viagem entre mitos e motes. São Paulo: Escrituras Editora, 2001.