A telenovela diária surgiu em 1963 como uma forma de entretenimento da televisão brasileira. Mas, no início, ela pegou emprestados elementos da radionovela, e as atuações eram muito teatrais. Foi em 1968, comBeto Rockfeller na TV Tupi, que se iniciou a era “moderna” da telenovela. Foi a primeira a utilizar a realidade social como matéria inspiradora. Os personagens usavam gírias e evitavam a impostação teatral das falas.
Em 1970, a TV Globo assumiu o gênero e apostou em algumas inovações técnicas e dramáticas, com o sucesso de Irmãos Coragem, de Janete Clair, a primeira novela brasileira a ser gravada em cidade cenográfica. Elas passaram a ser vistas pelos militares como um meio para formar a opinião pública. A audiência chegava a quase 80% dos televisores.
Com o crescimento da TV como veículo de massa, os textos também passaram a ser censurados. Apesar de serem marcadas pelo melodrama, as novelas acabavam veiculando os conflitos sociais e de classe, ainda que de maneira escondida. Havia também outros formatos de teledramaturgia, mais elaborados, como os Casos Especiais, escritos por Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, importante dramaturgo comunista que trabalhou na TV Globo.