O documentário investiga o lado sombrio de Henning Boilesen, dinamarquês que se tornou presidente da Ultragás, empresa do grupo Ultra, Agradável, simpático, extrovertido, ele era um homem de certezas. Uma delas a de que não gostava do comunismo. Por isso já tinha escolhido posicionar-se ao lado dos militares contra as reformas de base – agrária, educacional, fiscal, administrativa, bancária e urbana – de João Goulart. Depois de 1964, virou uma espécie de mecenas dos porões: doava dinheiro para o funcionamento da Operação Bandeirante (Oban), fornecia caminhões da empresa para a polícia usar como camuflagem, além de assistir a sessões de tortura. Juntas, as lideranças da Aliança Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) o condenaram a uma ação de sequestro e justiçamento. Boilesen foi morto em São Paulo em 15 de abril de 1971. Sobre seu corpo, os guerrilheiros espalharam panfletos destinados ao povo brasileiro, no qual declaravam “como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.