O poeta Ferreira Gullar nasceu com o nome de José Ribamar Ferreira. Além de poeta consagrado, é crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista. Foi um dos fundadores do movimento neoconcretista e, nos anos 1960, atuou no Centro Popular de Cultura (CPC), sendo seu último presidente. Também escreveu o livro ensaístico “Vanguarda e subdesenvolvimento” em 1969. Além disso, seus textos e poemas foram encenados pelo grupo Opinião e em várias peças e audições ao longo dos anos 1960 e 1970.
Escreveu “Poema Sujo”, em 1975, durante seu exílio na Argentina, a fim de “escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre”. Vinícius de Moraes promoveu diversas sessões para que o poema, gravado em fita cassete, circulasse entre intelectuais e jornalistas no Brasil. Foi publicado um ano mais tarde, tornando-se um poema ícone do período da repressão militar, ao expressar o mal-estar de quem está privado de liberdade, ao mesmo tempo em que mantinha seu rigor poético formal.
Bibliografia:
BOSI, Alfredo. Céu, Inferno: Ensaios de crítica literária e ideológica. São Paulo: 34, 2003.
GULLAR, Ferreira. Vanguarda e Subdesenvolvimento. Civilização Brasileira, 1978.
GULLAR, Ferreira. Poema Sujo. São Paulo: Círculo do Livro, 1980.