Em março de 1953, a eclosão de uma das maiores greves operárias da história do Brasil, com um papel de destaque do Partido Comunista, deu início a um processo de guinada à esquerda do governo Vargas. Apoiado no voto operário, temeu perder o controle dessa classe, vitimada sobretudo pela alta inflação que corroía os salários. A partir de junho, o presidente levou a cabo uma reforma ministerial que abria caminho para uma política nacionalista mais objetiva. Para se reaproximar da classe trabalhadora, nomeou João Goulart, um jovem político do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), para o Ministério do Trabalho.
Em fevereiro de 1954, para alegria dos trabalhadores, Goulart propôs o reajuste de 100% do salário mínimo. Os setores conservadores avaliaram essa medida como demagógica e irresponsável. Alegavam que ela causaria inflação e que se rendia à agitação operária, considerada subversiva. A pressão de setores militares e civis resultou, entre outras coisas, na destituição de Jango e no suicídio de Vargas, diante da iminência de um golpe militar.
Apesar da comoção popular, os setores conservadores pareciam ter vencido. Mas os setores nacionalistas e desenvolvimentistas, com o apoio do Partido Comunista Brasileiro, voltaram ao poder com Juscelino Kubitschek. O governo de JK, do Partido Social Democrático (PSD), ficou conhecido pela construção de Brasília e por seu Plano de Metas, que previa um acelerado crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial.
Na segunda metade dos anos 1950, o mundo comunista também parecia estar mudando. No 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), os crimes de Josef Stálin, que tinha governado o país entre 1928 e 1953, foram revelados. Descobriu-se que Stálin tinha mandado matar vários inimigos políticos, criando um sistema de campos de prisioneiros conhecido como Gulag.
A partir de 1956, a União Soviética passou a difundir a tese da coexistência pacífica com o bloco ocidental-capitalista, o que facilitou a política de alianças dos vários partidos comunistas sob sua influência. O PCB passou a apoiar a política nacional-desenvolvimentista como forma de combater o atraso e a influência estrangeira na economia e na cultura.