O ano era 1976 e Sidney, irmão de Leda, havia se mudado para a Argentina pois tinha se engajado contra o regime militar no Brasil. Lá ele foi preso e morto, seu corpo nunca foi encontrado. Ela narra a volta de seu pai para casa, depois de muitos esforços para trazê-lo de volta.
Leda foi jovem e militante em um período difícil de nossa história. Nascida na capital paulista nos anos 40, lá pelos anos 60, quando o Regime Militar tinha sido instituído e se fortalecia, ela estava envolvida com a Quarta Internacional, uma organização comunista internacional. Ela e o marido, Ítalo Tronca, que nessa época era jornalista e mais tarde se tornou professor na Unicamp, foram perseguidos, e ele chegou a ser preso duas vezes. No entanto, seu irmão foi o que teve o destino mais cruel. Também militante da QI, precisou se exilar em Buenos Aires e no meio dos anos 70 foi preso e desapareceu, às vésperas do Golpe de Estado na Argentina, período em que a Operação Condor estava em ação. Seus parentes iniciaram uma busca frenética para tentar encontrar Sidney Marques dos Santos. Apenas muitos anos depois, os familiares souberam alguma pista do que pode ter acontecido com ele. Leda foi professora, diretora de creche e trabalhou na Secretaria da Cultura até se aposentar, mas esses anos de horror jamais foram esquecidos.
Para conhecer essa história completa, acesse: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/onde-esta-o-meu-irmao-208747/colecao/208523
Créditos: Alisson da Paz e Luis Ludmer
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Esta iniciativa busca forta e Luis Ludmerlecer a consciência democrática da sociedade brasileira, e foi viabilizada através do projeto “Cotidianos Invisíveis da Ditadura” – 6074.2021/0007181-2, relacionado ao termo de fomento Nº TFM/083 /2021/SMDHC/DEDH, por meio da Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo, com a realização do Museu da Pessoa e do Instituto Vladimir Herzog: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/cotidianos-invisiveis-da-ditadura-208523