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Amílcar Cabral e Fidel Castro conversam em evento público
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A Revolução Cubana e o governo Jango

A Revolução Cubana e o governo Jango

No dia 1º de janeiro de 1959, Fidel Castro e seus comandados tomaram Santiago de Cuba e derrubaram a ditadura de Fulgencio Batista. Cuba até então era uma espécie de colônia de férias dos norte-americanos, com hotéis e cassinos explorados por poderosos estadunidenses. A princípio, a Revolução Cubana assumiu um caráter nacionalista, anti norte-americano e, como forma de se proteger de eventuais invasões militares dos EUA, acabou se aproximando da União Soviética. Esse movimento fez acender um sinal de alerta em Washington, despertando o medo de que o modelo comunista se espalhasse pelo resto do continente.

Mais tarde, em outubro de 1962, uma crise sem precedentes faria aumentar tal preocupação, episódio que ficou conhecido como Crise dos Mísseis. Naquele momento, foram descobertas bases soviéticas em território cubano, onde eram montados 42 mísseis, com ogivas nucleares que poderiam atingir quase todo o território estadunidense. O mundo parecia à beira de um confronto direto entre norte-americanos e soviéticos, o que poderia terminar numa guerra nuclear. Foi um dos momentos mais tensos da Guerra Fria, porque cada país tinha potencial suficiente para destruir o planeta. Após ameaças e negociações, as tensões foram solucionadas uma semana depois.

Mas o combate contra o comunismo se acirrou no continente. Em agosto de 1961, o presidente estadunidense, John F. Kennedy, lançou a Aliança para o Progresso como resposta à ameaça que pairava no ar. O plano tinha como objetivo o desenvolvimento da democracia liberal e a modernização capitalista na região, para conter a expansão comunista. A Aliança para o Progresso previa, além da concessão de empréstimos e do impulso à industrialização, o crescimento dos investimentos sociais. O alvo era a redução drástica dos índices de pobreza, um ponto fraco na sociedade que poderia ser aproveitado pela propaganda comunista.

Após o assassinato de Kennedy, em novembro de 1963, o programa perdeu força sob o comando de Lyndon Johnson. O novo presidente manteve a ajuda econômica, mas questionou a capacidade dos governos da região de enfrentar o comunismo. Os EUA se preocupavam principalmente com o Brasil, que à época era governado por João Goulart, um presidente que, com o apoio dos comunistas, prometia grandes reformas sociais e econômicas que assustavam os conservadores. Com as famosas reformas de base, era temido que o país se tornasse “uma nova China”.

Lyndon Johnson em reunião na Casa Branca
Lyndon Johnson em reunião na Casa Branca

As reformas de base tinham um caráter nacionalista e de maior intervenção estatal na economia. Entre elas, estavam as reformas agrária, urbana, bancária, fiscal, urbana, eleitoral e educacional. Apoiadas pelo PCB, essas medidas eram vistas pelos conservadores como um caminho para a “comunização do país”. Os pontos mais polêmicos eram: a reforma agrária, para acabar com o latifúndio improdutivo; a reforma eleitoral, que permitiria o voto aos analfabetos; e o controle da remessa de lucros por empresas multinacionais para o exterior. A crise política originada pela reação conservadora, e pela oposição dos Estados Unidos a essas propostas, culminou no golpe de 1º de abril de 1964.

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