Para integrar a repressão a movimentos guerrilheiros e a opositores das ditaduras foi criada a Operação Condor, em 1975, em Santiago do Chile. A Operação aprofundou a cooperação entre as forças de segurança das várias ditaduras latino-americanas, entre elas, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Essa integração incluía práticas ilegais, como sequestros de cidadãos estrangeiros por policiais dos vários países envolvidos, trocas de informações sobre os grupos armados e de oposição, assassinatos de opositores no exterior (incluindo muitos políticos que participaram dos governos depostos pelos golpistas).
Um caso famoso foi o assassinato do ex-ministro das relações exteriores do Chile durante o governo Allende, Orlando Letelier, morto em 1976, em plena capital dos Estados Unidos, Washington, num atentado à bomba organizado pelo serviço secreto chileno. Dessa vez, os norte-americanos, que tinham apoiado o golpe e o regime anticomunista de Pinochet, não gostaram de ver agir em seu território a repressão clandestina que eles estimulavam na América Latina.
No Brasil, como exemplo de ação repressiva transnacional, ficou famoso o caso dos uruguaios Universindo Díaz e Lilian Celiberti, sequestrados com os filhos, em 1978, em Porto Alegre. No Uruguai, a brasileira Flávia Schilling, que militava nos Tupamaros, ficou presa entre 1972 e 1980.
Se a luta da esquerda pela revolução era internacional, a repressão também aprendia a atravessar as fronteiras nacionais. Na Guerra Fria, as fronteiras eram mais ideológicas do que geográficas.