O aparato de repressão montado pela ditadura civil-militar de 1964, como se sabe, foi dirigido, explícita e predominantemente, contra os considerados “subversivos” e “comunistas”. Mas os golpistas foram muito além: organizaram também um aparato de controle moral contra os comportamentos sexuais tidos como “desviantes”. Assim, homossexuais, travestis, prostitutas e outras pessoas que hoje têm sua diversidade sexual e de gênero reconhecidas, eram consideradas “perversas” ou “anormais”, e foram alvo de perseguições, detenções arbitrárias, expurgos de cargos públicos, censura e outras formas de violência.
A resposta desses grupos para a forte repressão sofrida incluiu a criação e o fortalecimento de movimentos de resistência inspirados nas organizações de luta por direitos de homossexuais, surgidas no contexto internacional. No fim dos anos 1970, diversos grupos começaram a se mobilizar e formar coletivos de enfrentamento à opressão do Estado e ao preconceito contra a população LGBT+, em defesa de seu reconhecimento e de seus direitos. A perseguição aos homossexuais no período da ditadura foi mais um capítulo na história de violência de que são alvos pessoas e organizações que defendem as diversidades humanas Por isso, as suas lutas seguem necessárias e atuais no Brasil e no mundo.