O escritor e jornalista Ignacio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara, no interior de São Paulo, em 1936. Atuando como jornalista em sua cidade natal, teve seu primeiro romance publicado em 1965. “Zero”, um de seus mais importantes romances, foi publicado em 1974, na Itália, porque as editoras brasileiras se recusaram a publicá-lo. Em 1976, a censura proibiu o livro por ser considerado “atentatório à moral e aos bons costumes”, expressão padrão da censura do regime. O livro possui uma estrutura diferente, sem começo, meio ou fim delineados, e sua narrativa é composta por três partes: 1) José, o protagonista, trabalha com livros censurados e frequenta o festival de aberrações num circo; 2) A partir de seu casamento com Rosa, torna-se ladrão; 3) Junta-se a um grupo de guerrilheiros, tem a esposa sacrificada em ritual e acaba drogado numa cela californiana. O livro, como se vê por sua própria estrutura narrativa, é a síntese dos dilemas de certa juventude do final dos anos 1960.
Bibliografia:
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Zero. São Paulo: Clube do Livro, 1986.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem do furo na mão e outras histórias. São Paulo: Ática, 2009.
REALI, Erilde Melillo. O duplo signo de “Zero”. Trad. Vilma Puccinelli. Rio de Janeiro:
Brasília/Rio, 1976.