Entre as ditaduras militares que governaram diversos países sul-americanos, nenhuma durou tanto tempo quanto a paraguaia. Foram 35 anos ao todo, de 1954 a 1989. Entre 1936 e 1954, a história paraguaia foi marcada por uma série de golpes e contragolpes, em que as Forças Armadas tiveram papel importante, assim como os partidos Liberal, Colorado e Febrerista. A partir de 1948, os colorados mantiveram o domínio governamental e se fortaleceram, garantindo seu poder à custa de uma forte perseguição aos adversários políticos.
Em maio de 1954, um golpe derrubou o presidente Federico Chaves e, em 11 de julho do mesmo ano, o general Alfredo Stroessner, candidato único às eleições, saiu vitorioso com 99% dos votos. Ele assumiu a presidência com o apoio da base política colorada, da oligarquia agropecuária, e dos Estados Unidos, que fizeram do Paraguai um laboratório da Doutrina de Segurança Nacional. Logo depois de assumir, Stroessner assinou um pacto com oficiais estadunidenses e brasileiros, comprometendo-se a barrar o avanço dos comunistas no país.
A partir dos anos 1980, a ditadura de Stroessner se debilitou, principalmente por causa da desaceleração econômica. Em 1989, um novo golpe, planejado por alguns setores do Partido Colorado, destituiu-o da presidência e organizou a abertura política.