A crise do petróleo, nos anos 1970, impactou o mercado editorial brasileiro. Houve aumento dos custos de energia e transporte e os preços mundiais do papel aumentaram drasticamente. No Brasil, o preço do papel de imprensa subiu 125%, entre 1973 e 1974. Após esse período de dificuldades econômicas, a indústria editorial apresentou uma recuperação baseada nas compras de manuais didáticos pelo governo. Mesmo assim, o país experimentou uma queda na produção de livros durante a década de 1980.
A indústria editorial brasileira chegou bastante ativa a 1985, embora economicamente concentrada em grandes oligopólios. Ao mesmo tempo, já era possível perceber um incipiente processo de diversificação editorial, resultante do ressurgimento dos pequenos circuitos de editoras críticas, comandadas por grupos de esquerda. Desde a aprovação da Lei de Anistia, em 1979, essas editoras voltaram a emergir para fora da clandestinidade, inclusive as gráficas dos novos partidos legalizados.
Apesar disso, o livro no Brasil continuou sendo um objeto pouco difundido entre a população, se comparado com países como a Argentina e o Chile. Isso se deve a alguns fatores, como: o alto preço dos livros para o padrão de renda dos brasileiros; o pequeno número de livrarias; a escassez da compra de livros não-didáticos para bibliotecas públicas; a concentração da produção e do consumo nas regiões Sul e Sudeste; a dificuldade das pequenas e médias editoras competirem com os oligopólios, entre outros.
O fim da censura foi lento e gradual.
Em 1985, o Ministro da Justiça do governo de José Sarney, Fernando Lyra, anunciou o fim da censura política, ao mesmo tempo em que preservou a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP). Foi seu sucessor no ministério, o senador Paulo Brossard, que em 1987 começou de fato a desmontar a estrutura institucional da censura. No entanto, foram mantidas as estruturas censoras em casos ligados a “moral e pornografia”. Somente com a Constituição de 1988 a censura foi legalmente extinta.