Ao final da ditadura, a rede pública de ensino somava contradições. O número de matrículas no ensino de 1º e 2º graus tinha se ampliado, mas ainda estava longe da universalização. Tínhamos uma rede física expandida, mas totalmente sucateada; os investimentos em educação foram reduzidos; os professores estavam com seus salários corroídos e sua formação, desprezada; a carreira docente estava desvalorizada e não havia incentivo à formação continuada. A escola pública de massas tornou-se um cenário de terra arrasada, ao passo que as escolas privadas cresciam, passando a atrair inclusive setores com maior poder aquisitivo dentro das classes trabalhadoras.
Não há dúvida de que muitas das mazelas de nossas instituições públicas de ensino são heranças da “escola da ditadura”. Muitas políticas para a educação básica brasileira foram gestadas durante esse período trágico de nossa história e algumas das suas consequências se perpetuam até os dias atuais.