Até onde chegaram?

A análise do desenvolvimento profissional dos agentes que atuaram em prol da ditadura revela que esses indivíduos não apenas escaparam da punição, mas também foram premiados por suas ações. Observando os últimos cargos e patentes que ocuparam, é possível constatar que grande parte desses servidores atingiu o ápice de suas carreiras. Isso significa que, ao final de suas trajetórias no serviço público, esses agentes foram aposentados recebendo os valores mais altos dentro das instituições às quais pertenciam. Essa realidade contrasta drasticamente com a impunidade diante dos crimes cometidos, como a tortura e outras graves violações de direitos humanos.

Para compreender a fundo essa progressão de carreira, é fundamental considerar as particularidades de cada órgão. As regras para promoções e mudanças de cargo variam amplamente entre as diferentes instituições e regiões, exigindo uma análise detalhada e segmentada. Para ilustrar essa constatação, apresentamos o número de militares das Forças Armadas que alcançaram as mais altas patentes.

Tabela – Patentes de militares

Aeronáutica

Exército

Marinha

A tabela acima apresenta uma amostra da última patente conhecida dos militares listados. Pelos dados levantados até o momento, é possível perceber a grande quantidade de oficiais de alta patente entre os militares denunciados, destacando-se especialmente o número de Marechais e equivalentes identificados. Dos 226 integrantes das Forças Armadas listados, 76 alcançaram o posto máximo na hierarquia militar. Isso é particularmente relevante porque, conforme o artigo 16, §2º, da Lei 6.880/1980, “os postos de Almirante, Marechal e Marechal-do-Ar somente serão providos em tempo de guerra”.

Essa ascensão a patentes tão elevadas tem um impacto financeiro bastante significativo, tanto na remuneração desses militares quanto nos benefícios pagos aos seus pensionistas, gerando altos custos para o Estado.